SONHOS

Névoa, que vem, tão disfarçadamente,
Turvar meus olhos, sufocar meu peito,
Deixar minha alma em sonhos mergulhada,

Leva-me quieto e, descuidadamente,
Coloca-me no delicioso leito
Onde está minha gentil amada.

Quero sentir o gosto bom da vida,
A embriaguês do sonho, a fantasia.
Sentir, do céu, o doce encanto.

Nos braços mansos da mulher querida,
No colo terno da minha guria,
Da minha guria que eu quero tanto.


(Autoria: Servacio de Brito – Ano: 1957)