Era uma vez, no tempo em que os bichos falavam...
Havia um jaboti e um coelho que desejavam casar com a princesa da mata. Para resolver qual seria o noivo felizardo fizeram uma aposta. Disputariam uma corrida. Chamaram o macaco para ser o juiz, o qual determinou o seguinte: A corrida seria realizada em dois caminhos que ficavam um ao lado do outro, separados apenas pelas moitas de mato. Esta medida era necessária porque os caminhos da mata eram muito estreitos e, assim, um corredor poderia atrapalhar o outro. Cada corredor tomaria um caminho. Aquele que chegasse primeiro na beira do rio se casaria com a princesa.
Cada um fazia seus preparativos para a grande disputa. O coelho praticava exercícios físicos puxados, enquanto que o jaboti... bem, o jaboti teve de fazer alguma esperteza. Por causa do seu casco muito pesado, o jaboti era muito lento. Daí, ele combinou com os seus parentes que cada um se colocasse escondidinho na beira do seu caminho até o final; quando o coelho passasse do lado de lá e perguntasse qualquer coisa, o jaboti-parente que estivesse mais perto poderia responder; o jaboti-parente também poderia tocar a sua flauta para mostrar que estava presente. Ele, por sua vez, estaria escondido na beira do rio que é onde terminavam os dois caminhos e era o final da corrida.
Chegou o grande dia. A bicharada estava toda esperando na beira do rio para aplaudir o noivo vencedor. No ponto de partida, o macaco subiu na árvore e perguntou bem alto:"Vocês já estão preparados?". "Eu estou preparado", respondeu o coelho. "Também estou preparado", respondeu o Jaboti-parente que estava do lado de lá. O macaco deu a ordem de partida e a corrida começou. O coelho corria e corria e de vez em quando perguntava: "Você está aí, jaboti?" O jaboti-parente que estava logo adiante respondia: "Sim, estou aqui" e tocava sua flauta. E foi assim até o fim. Quando o coelho chegou, já encontrou o jaboti de braços com a princesa e os bichos festejando a grande vitória.
E aqui terminou a história. Entrou pela casa do pato, saiu pela casa do pinto. O rei mandou dizer que se você quizer outra, tem que me contar cinco.