O Caipira Mentiroso (Origem: popular)
— Eta vida bôa! Exclamou o caipira, chegando na rodinha de pessoas que contavam casos, bem na sombra da mangueira. Depois de ouvir alguns casos, contou o seu.
— Antigamente, quando eu era caçador, as espingardas eram de carregar pela boca; colocava-se chumbo, pólvora e algum trapo de pano dentro do cano e, para que a carga ficasse bem comprimida, socava-se com uma vareta. A minha espingarda, eu carregava com uma vareta de marmelo...
— Um dia, eu estava no Sítio, quando um bando de pombas pousou bem no galho da laranjeira. Boa caça, pensei. Carreguei a espingarda, olhei e atirei nelas. Só que tendo esquecido de tirar a vareta, esta também se foi com o tiro. Algumas pombas cairam mortas e a vareta espetou no tronco da laranjeira e lá ficou.
— Um ano depois, passando pelo lugar, lembrei-me da caçada e... vocês nem vão acreditar... a vareta fincada no tronco da laranjeira estava verdinha e cheia de botões! No outro ano, deu marmelo e... olha, desse tamanho! Pegou por enxerto...